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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“A vida num sonho”

(Imagem retirada da Net)
 

nasci num rebento de nenúfares
já pesava… mergulhei nas águas fétidas
do lago esconjurado
 
cresci dentro de caules apodrecidos
cismei que era salamandra
não passava de girino
 
passaram crocodilos e outros
peixes azuis aperaltados
e eu… afundava-me mais
 
o caule crescia sem eu saber
as escamas escureciam
e era isso o desenvolvimento
 
redopiava em mim, como
cão procurando o rabo
e dentava-me até sangue
 
os bigodes faziam-me comichão
as peitorais roçavam algas
putrefeitas, no rés chão
 
julgava-me grande
nadador intemporal, porco
peixe bom, futuro filete
 
olhos grandes, boca porcina
remela amarela, fixador
risco ao lado, brilhantina
 
e no lago fétido, nada
e tudo emaranhado, cuspi
pedras glaucas, clorofila
 
e o tempo, inexorável
passou em corrida lenta,
olheiras fixas no sono aberto
 
e eu… que me julgava esperto
acometi uma sável desocupada
em resposta, uma dentada
 
as escamas caíram, lisa
pele de sardónicos motivos
amarelos pretos esverdeados
 
de salamandra que pensava ser, cai de fuças
no matagal… era penas o rei nu
do grande reino animal
 
leão de juba amásia, finos debruns doirados
sem as escamas do sonho imberbe
rei de ásia, africa e de outros lados…
 
e o sono definhou, estou entre outros... bisonho
na savana onde a hiena uivou
revi “a vida num sonho”…

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