(Foto de Katarzyna Widmanska)
Sombra!
Quando o crepúsculo chegar,
e o teu coração for de novo arrebatado,
já eu estarei longe,
para além das colinas,
dos montes...
pelo vento já levado.
Sombra!
Quando o pôr-do-Sol declinar,
e de novo...
de mãos dadas já estiveres,
já eu estarei longe,
levado pelas ondas salgadas,
do mar salpicado...
por perfumes de mulheres.
Sombra!
Quando o arco-íris chegar,
e os teus lábios humedecidos
novamente...
com outro, colados,
já estarei eu longe,
fugindo do Mundo de todos nós...
já estarei bem fundo,
na terra fria,
que o Húmos reserva
e a Verdade determina.
Então...
quando eu já de olhos fechados,
não estiver junto a ti, Sombra...
larga a carga amarga,
que teus olhos contêm
e o teu coração guarda...
E bendita sejas Sombra,
se no solene momento da partida
não recordares as minhas faltas,
as disputas e mal-entendidos.
Se assim for...
juro-te Sombra,
pelo Amor que te tenho,
que te perdoarei todos os delitos...
mesmo longe...
mesmo para além das colinas e montes
dos Oceanos e do Mundo...
1 comentários:
Adoro o poema Octávio, muito bom, muito tocante!
Beijo
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