Ontem passei à tua porta.
Eram 23 horas e 12 minutos.
Pensei bater.
Não…
É melhor não.
“Já não me conhece”.
É que o tempo evapora as imagens
Que rugem dentro de nós.
Hesitei…
A vontade de te ver
Fervilhou dentro de mim.
Saí do carro,
Acendi um cigarro e fui á tua porta.
Fiquei o tempo que um cigarro leva a fumar.
Instintivamente
Relembrei o dia em que me deixaste sair
Sem quereres que eu saísse.
Revisitei os teus olhos de amêndoa torrada.
Naquela noite.
As súplicas de mais um momento moravam neles,
Mas a tua boca mantinha-se silenciosa…
Relembrei que fui rio no teu leito
E que navegaste em mim
Como um suspiro
Se desprende da garganta…
Selvática!
Ontem passei à tua porta.
Eram 23 horas e 12 minutos.
Fiquei o tempo que um cigarro leva a fumar.
Perdi-me numa eternidade de lamentos.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Ontem
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 16:12
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