Peço-vos silêncio
Que o som é duro
E as palavras afiadas
Saem
De um punho rendilhado.
Peço-vos atenção
Ao verso ecoado
Nos labirintos da folha
Que sem contemplações
Cortam-nos a respiração
E falam-nos de fado.
Peço-vos silêncio
Mais uma vez
Para lerem no sussurro
Do lusco-fusco da palavra
Aqueles versos lúcidos
Que nos atingem a murro.
Peço-vos atenção
Às facas lançadas
Pela tinta transpirada
E ao sangue que liberto
E retalha a folha virgem.
Ai que inveja
Não saber escrever assim.
Ai que dói
Saber que te dizes a mim
E eu
Sem jeito nem defesa
Fico-me por aqui
Pedindo silêncio e atenção
Aos golpes que consinto
Num misto de alegria e surpresa.
Como é bom
Morrer
Ao som da atenção…
E do silêncio…
terça-feira, 27 de abril de 2010
Facadas em papel pardo
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 12:13
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