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terça-feira, 23 de março de 2010

Definitivamente






Definitivamente…
Lanças-me o teu olhar
De mulher
De frente…
Com teus olhos floridos
E
Com enigmas de serpente…
Definitivamente…

Definitivamente…
Tocaste em mim
Com as tuas mãos macias
Com os teus lábios húmidos
Frementes…
Definitivamente …

Definitivamente…
Entregaste-te
Abriste a porta da paixão
Atiraste a chave ao rio
Deste-me o coração…
Teu…quente… macio…
Definitivamente…

Definitivamente…
Sentes o desejo
O ardor
Dizes-te encontrada-perdida
Confessas o amor
Que só quem ama sente…
Definitivamente…

Definitivamente…
És minha
Amiga
Namorada
Amante
Ou tão-somente minha
E mesmo que não me tenhas
Para sempre
Sou teu…
Porque te pertenci um dia…
Definitivamente…

segunda-feira, 22 de março de 2010

O que faço aqui?





O que faço aqui?
Neste Mundo completo
De metáforas e hipérboles
(Tão erudito e sapiente)
Eu… um ignaro tosco?

O que faço aqui?
Neste campo de ouro
(De aparos diamantados)
Que encandeia o restolho
Eu… mero estulto!

O que faço aqui?
Nesta vastidão de criadores
(Pródigos áugures)
Primos entre tragédias e amores
Eu… que não sei ortografar?

Talvez só uma guisa…
Um pró-forma complexo
Uma composição com o efeito
De ajudar alguém…
A aprender a ponderar!

(Introspecção sobre o que me (não) faz estar (tanto), nas comunidades da escrita)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Fugiu o vento



Queixam-se lá fora,
que o vento fugiu.

Dizem que foi o velho,
que soprou
e que os pinheiros murcharam...

Histórias...
histórias duma noite só,
onde gasto a tinta gasta,
e falo só…
com quem queria ter
e não tenho…

(Queixo-me aqui dentro,
do frio que sinto,
nesta casa - abrigo...
da falta
do abrigo dos teus braços,
do calor dos teus beijos,
do doce do teu olhar...)

Queixam-se lá fora...
De uma luz...
que brilha onde a noite mora...

Os lobos livram
o olhar do velho
com medo que ele sopre,
nos pinheiros...

Histórias...
São só histórias…
histórias duma noite só
na solidão da loucura…
que provo com um travo de dó.

Queixam-se lá fora,
que o vento fugiu…


(Escrito em 1979 e revisto em 2010)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sentimento ambiguo





Este sentimento ambíguo
Sempre
Sempre tem existido
Como tu existes
No teu corpo de mulher.
Sei que te quero
Claro que te quero
Sempre
Como quisera eu saber
Sempre
O que quisera saber

Mas a dúvida ou a certeza
Corrompe-me
Deixa-me alagado
Num mar de frustrações
Quero-te
Julgo-te minha
Mas vivo apenas numa aldeia de ilusões

És tanto
Estás aqui neste peito enfermo
De lembranças, juramentos
Emoções
Mas que importa tudo isso
Se com efeito
Quando quero certezas
Só encontro… ilusões

Este sentimento ambíguo
Que sinto
Sempre
Sempre tem existido
E apareces-me tu
Envolta em neblina
Quero-te, procuro-te
Revolvo o mundo
Desapareces
Quando corro a cortina

Este sentimento ambíguo
De certezas
De dúvidas provido
Julgo-te sempre minha
E logo nem imaginar-te comigo
Consigo

É disto que falo
Da angústia
Transformada num sentimento ambíguo