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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Imaginário em exaltação

(Foto de Zoe Wiseman)

És a pessoa mais importante antes de todas as outras, embora sejamos todos importantes.
Sei que não te darás mais. Acabou! Tristemente, concluo-o…
Amaste-me sem dor nem pejo de te fundires, tornando-nos num universo uno de ardor e paixão. Eu também!
Mas a vida não me deixa ser senão uma onda que chega cheia de força e se espraia na areia da praia deserta…
E fui onda em ti… E tu, foste a praia à minha espera… e já não esperas mais, eu sei…
Vi-te no restaurante. Quis evitar-te mas não consegui, tu não me deixas…
Não queria olhar-te os olhos, que me amansaram nas noites de loucura. Não queria sentir o teu olhar de adeus-até já…
— Tudo bem? – Perguntaste-me.
— Sim, a crise vai-se desvanecendo...
— E novidades, a vida… tudo igual?
— …sim. Tudo na mesma. – Respondi evasivo. – Que se passa de novo? Tás diferente!
— Nada! Sou eu e mais eu…

Tu e mais tu.
Foi a despedida do amor que me deste.
Finalmente compreendeste que sou teu e não sou… Não posso ser!
Sou um universo dentro de todos os outros.
Sou teu e não sou de ninguém!
Não sou o teu porto de abrigo que procuras, pois sou o porto de abrigo de quem me quer…
Resguardo no meu cais muitos barcos e não posso fugir ao meu destino.
Desde que te conheci que sei que buscas o teu porto perfeito, onde deites as tuas amarras e repouses em segurança, mas nunca entendeste que eu não sou esse lugar exclusivo…
Guardei-te quando aportaste em mim. Cuidei, reparei e pintei-te enquanto me quiseste nessa condição… Mais não! Não posso! Tenho outros barcos para cuidar… Há mais reparações a fazer!
Mais almas há, que precisam de mim e eu, de todas elas…
Mas procura!
Se és a pessoa mais importante, antes de todas as outras… embora sejamos todos importantes… busca até encontrares o teu porto…
Sei que te deste por completo, a tal ponto que te esqueceste de ti… Mas não viste que enquanto estive contigo, também eu não vi outro barco, senão o teu?



Não sentiste que quando nos fundimos num universo maior… não eram importantes os pequenos astros? Que nem lembrei o Sol e a Lua?
Não entendeste que me dei todo, naqueles momentos e que só aqueles momentos eram importantes para mim?
Saciei-me de ti… e tu nada recebeste?
O meu suor no meu corpo, não importou?
O calor dos meus lábios, era fictício?
O meu corpo fundido no teu, era holograma?
A minha alma nos poemas que te escrevi, era… mentira?

Se não viste a minha alma… se não sentiste o meu corpo… os meus lábios… então não entendeste que fui teu sempre que estive contigo! Não entendeste que a fusão dos nossos átomos, foram realidade…
E as estrelas a que subimos, foram festas de Deuses na imensidão do Universo…

Tu e mais tu!

Sê-o, tendo o que desejas! Mas vive o momento e deixa que o tempo componha a Vida.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Prendo-me...


(Imagem da Net)

Prendo-me a ti, amor...
Como flor se prende ao chão castanho
Como se a minha vida
Fosse um lamento
Do tempo
Que passa e não volta!
Como se fosse um rodopio
De pião ébrio inconstante!
Como se fosse um balança desalinhada...

Prendo-me a ti, amor...
Com férreas garras de gavião
Com sussurros lânguidos de saudade
Com ventosas de emoção
Com lamentos de dor...

Prendo-me a ti, amor...


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Jardins Brancos de Neve



Tenho ficado por aqui...
Longe da realidade que me cerca.
Tão longe das ruas direitas
E jardins brancos de neve...

Eu sei…
Só eu sei o que senti...
Naquele dia em que parti.
Lágrimas para quê?
 Sorri...

Mas tenho ficado por aqui...
Longe da alegria…
De ti.
E tenho ficado aqui, pateta…
Procurando-te na rua estreita...
Nos jardins brancos de neve...
Que não existem...
...Senão dentro de mim!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A gruta e a canoa


Foto de Almiro Lemos


A gruta – caverna espera...
... a canoa paciente, espreita...
o rio que flui calmo à entrada...
esperando a maré certa.

E a gruta em espera desalinhada...
... perdida... como se estivesse à toa...
sentiu, uma pequena dentada...
... dentro se si... a canoa pela proa.

A gruta por dentro se desmoronou ...
tornando líquidas, suas paredes rígidas ...
Aconteceu quando a canoa em si entrou...
e lhe tornou o Mundo em imagens vívidas.

O húmido desfecho, da combinação final,
... que de matérias desiguais, numa se tornou...
A gruta, recorda agora, aquela entrada triunfal,
de quando a canoa, em si... entrou.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lembras-te?



Lembras-te das coisas que disseste?
Lembras-te bem das palavras?
Amor estava incluído?
Penso que sim...

Vou afogar-me neste copo de néctar opalino.
Encharcar-me no álcool vil... de sabor a veneno.
Descobrir o estado etéreo de Morfeu...
A propósito... estas palavras fazem sentido?
Não?
Não importa o verbo... a encomenda.
Já que o sofrimento... também é meu!

Lembras-te das coisas que disseste?
Lembras-te bem das palavras?
Dor estava incluída?
Não sei, julgo que sim.

Afogo-me...
Lutando contra as palavras eruditas.
Afogo-me...
...silencioso... num copo de malte...
Envolto nas ondas da revolta.

Afogo-me...
...em milhares de frases ditas,
De cor escarlate...
Esperando a maré alta, de volta.

Afogo-me...
Ao pensar nas palavras que disseste.
No Amor e Dor... que trouxeste...
Na bebedeira de emoções que me deste.

Afogo-me...