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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Desejo carnal


(Foto retirada da Net)

Mais um dia que finda, pleno de nuvens.
Mais um voo plano, pleno... face no chão.
Dores?... Não!
Fachada fechada, porta com dobradiças... ferrugem.

Resumo, fundo...
Junto à “funda” funda, de harpejos suaves,
Mastro erecto, busca em oportunidades falsas,
o momento etéreo, no silêncio do arfar promíscuo.

Os movimentos ondulantes dos lençóis,
Percutem os desejos tidos...
E não me falem, de sentimentos tidos... de sentidos,
Falem-me da tesão, do coito, da penetração...
E se aos teus olhos de deleite, tudo é permitido...
Falem-me do coito que queres, de tesão...
Da consumada instilação.

Resumo, fundo...
Junto à “funda”  funda, de harpejos arrepiados,
Mastro erecto queres...
Fundo... na tua “funda”, consumando o desejo...
... de tesão... do coito que queres...
Não fosses tu... como outras mulheres!


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ausência de mim

(Foto retirada da Net)


Já não sei dizer que te sinto a ausência
Se só ausência sinto…

As palavras revoltam-se em permanência
No silêncio assumido…

Não fujo de ti!
Não fui removido do Mundo, ainda!
Estou apenas num labirinto…
De ideias e actos fúteis.

Não fujo…mas fujo!
Nem sei de quê, nem porquê…
Se neste compasso turvo
Tudo turvo, não se vê.
Sou acha aberta e machado
Que te sangra sem sentires…
Sou nuvem negra aberta ao Mundo
De longas trovoadas por vir.

Só ausência sinto…
Do outro eu, que existiu!


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vou-me embora! (Revisto)


(Pintura de Sara F. Ferreira)

Vou-me embora!
Para longe...
ali na esquina.
Vou partir!
Para longe...
lá para o jardim.
Vou-me embora!
Vou-te deixar... forte e altiva,
segura de ti... possante.

Vou-me embora!
Correr o Mundo...
aqui no bairro.

Vou-me embora!
Vou partir!
Para além do Mar...
... para Cacilhas.

Vou fugir...
dos teus olhares frívolos
e sorrisos enigmáticos...

Vou-me embora!
Vou-te deixar bela e virgem...
sem cumprir o meu grito de vingança.
Vou-me embora!
Chutando o lixo que me envolve...
Vou-me...
e quando estiver longe,
ali no café,
grito bem alto, que estou livre de ti...
de ti... que amo...

Vou-me embora!
Vou-me embora sem deixar no chão,
as lágrimas dum choro acriançado...
ou então um retrato rasgado...

Vou-me embora...
mesmo não saindo de ti!...


P.S. - Escrito em 1 de Outubro de 1979

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Noites de insónia 1 (Revisto)


(Foto retirada da Net)

Passos incompletos,
arrastam-me para o leito.
O corpo desconfiado,
atrasa-me o feito.
Perspectivas alucinatórias,
deixam-me desatinado.
Noites de insónia...
sempre o mesmo fado.

Lentamente puxo os lençóis para mim.
Pensamentos de ti, revelam-me o fim.
Das voltas e mais voltas no leito,
desespero.
Noites de insónia,
já nem sei o que quero.

Todas as noites
 sei o que se vai passar .
E resisto...
percorrendo em passos lentos,
o calvário.
Pensamentos e mais ainda,
não vão acabar.
Noites de insónia...
sem ser culpado deste fadário.

E nem recorrendo às memórias do tempo que passou.
Levo o sono ao seu destino.
Oposto do que me proponho fazer,
o sono o levou.
Noites de insónia...
por ti,
sempre o desatino .

E voltas e mais voltas,
o leito suporta.
Suores de recordações,
o éter etéreo recolhe.
Rumores de ti...
penso,
estão à porta.
Noites de insónia...
a noite,
por ti, escolhe .

No fim do desespero,
amanso os ânimos agrestes.
Pois na conclusão da agonia,
ponho-te as vestes .
Em lençóis me envolvo,
dormindo pouco – o sono dos justos.
Noites de insónia...
acabam,
finalmente em jogos opostos.

Sem interrupções eis-me aqui
 mais uma noite pequena.
Percorrida em pensamentos inquietos de ti.
Mas dos quais, recordar,
vale a pena, sim.
Noites de insónia...
deixam-me as tuas marcas...
marcadas em mim!