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terça-feira, 31 de maio de 2011

Quando é que vamos ter coragem?



Quando é que vamos ter coragem?
De nos olharmos
Olhos nos olhos
E assumir o sentir?

Quando é que vamos ter coragem?
De nos tocarmos
Com dedos de cetim
E felicidade provir?

Quando é que vamos ter coragem?
De dizer que nos amamos
Que somos dois seres iguais
Com bater de uno coração?

Quando é que vamos ter coragem?
De respirar o mesmo ar
Beber da mesma lágrima
Partilhar uma gota de suor
Compartir o amar
Escalar uma frágua…
De viver um Amor?

Quando é que vamos ter coragem…
De sermos nós?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quero falar de ti


Imagem de Gavin Hargest


Quero falar da tua boca que me beijou
Com o doce sabor de morangos silvestres.

Quero falar dos teus olhos
Aqueles que me viram
Rasos de água, arrebatadores…
Como amoras negras sorridentes.

Quero falar do teu corpo
Despido
Em mim, envolto…
Manto sedoso
Que nunca quis abandonar.

Quero falar das tuas mãos
Aquelas que me envolveram
Graciosas…
Como uma falua navegando
Em alto-mar.

Quero falar da tua boca
Dos teus olhos
Do teu corpo
Das tuas mãos
Que já não me beijam
Não me vêem
Não me envolvem
Não me tocam…
Mas em mim moram
Como ósculos,
Olhares
Contactos e…
Envolvências permanentes!

Fui levado nas ondas
Sonho eterno…
Pela tua boca
Pelos teus olhos
Por teu corpo
Pelas tuas mãos…

Alma refulgente
Que todos os dias me ilumina.

Em mim…
Estás!


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vazio

(Imagem do Google)

Há em mim um lugar vazio
E sinto um rio
A fluir
Frio

E não sei preenchê-lo

Um sorriso
Chegará?
Ou uma palavra?
Ou um poema?
Ou uma lágrima?

Não sei preenchê-lo

Aqui neste lugar vazio
Falta-me um raio de luz
Um olhar
Uma carícia
Um desejo

Há em mim um lugar vazio
Que cresce a cada passo dado
E não sei mudar o caminho
Não sei preenchê-lo
Não sorrio
Não falo
 Não sei rimar
Não consigo chorar
Refugio-me do sol
Desvio o olhar
Afasto-me das carícias
Fujo dos beijos

Tenho

Um lugar vazio
Em mim

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Engano


(Imagem de Dennis Sibeijn)


Pensava que era só amor,
engano...
era loucura.
Pensava que seria só paixão,
engano...
era tortura.

Masoquistamente sofro...
Por pensar que era só amor...
e saber agora, que não é.
Por saber que é dúvida, hesitação...
Por saber que me queres e não podes...
Por saber que me amas... e me divides...
Por saber que me tens... e não me tocas...
Por saber que é paixão... e duvidas...

Pensava que era só amor,
engano...
era loucura.
Pensava que seria só paixão,
engano...
era tortura.

Sofro... por ti...
dividida, hesitante...
distante...
defensiva...
triste...
em ti.
Sofro masoquistamente...
sangro,
este engano em mim...
que pensava ser só amor,
 ser só paixão,
mas não,
era apenas loucura...
era apenas tortura...
que me infligiste... por fim. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Perguntas-me...

Perguntas-me se te vejo.
sei que só te vejo,
Nem sei que mais ver.
Perguntas-me se te espero.
Sei que só te espero,
nem sei que mais esperar.
Perguntas-me se te quero.
Sei só que te quero,
nem sei que mais querer.
Perguntas-me se te amo.
Sei só que te amo,
nem sei que mais amar.
Perguntas-me se te entendo.
Sei só que te entendo,
nem sei que mais entender.
Perguntas-me se há Universo.
Sei que ele existe...
... és tu!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para mim



No resguardo do meu canto
Pronuncio o teu nome em segredo
E sonho-te minha para sempre

Imagino-me a entrar em ti
Lentamente
E num lamento surdo
Beber-te avidamente

Mas não há busca
Nem pranto
Nem metáforas em degredo

Há este sentimento simples
Da busca oculta que persegui

Sem culpas
Nem tormentos
Sonho no dia em que acordado
De te hei-de ter
Nua
Somente para mim

terça-feira, 17 de maio de 2011

Anjo… corvo

 

(Imagem de Anne Stoker)


Olhem!
A pena prateada
Da asa de um anjo.
És tu, eu sei!
Roças o teu corpo
De alvas plumas
Quando passas por mim
Sinto-te…!
Deitas-me o teu perfume
Num afago ao meu cabelo
Quando em sonhos te escrevo.
Sinto-te…
Vejo-te…
Voar nos mares da ilusão
Turva plumagem bestial
Vejo-te…
Navegar em céus roucos de trovão
Tu, anjo, demónio… celestial!

Olhem!
A pena desfeita
Da asa de um corvo.
És tu, eu sei!
Rocas o teu corpo
De negritude dissimulada
Quando passas por mim
Sinto-te…!
Deitas-me o teu olhar
Com olhos famintos
Ao meu corpo entalhado
Sinto-te…
Vejo-te…
Vogar em círculos quadrados
Negra Fénix perdida…
Vejo-te…
Flutuar entre serpentinas
Tu, corvo… vida!


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ouço-te...



És um poema
Onde deitaria meu corpo
A ouvir-te...
 A sentir
O teu coração
Pousar na minha mão
E com esta
Pousar-te
 No peito faminto.

Sou um pássaro perdido
No ar perfeito do teu pensamento
Sou turbilhão de prosas
Na imaginação que transpiras
Sou a ilusão do tema
Quando te perdes.

Quero-te beber
As palavras surdas
Mas não sei...
Se são
Encruzilhadas
As poucas certezas de te saber.

Sei que te ouço...
No pouco tempo de estar
Mas sei também
De um minuto
No universo
Onde tudo se pode ser
Onde tudo se pode ter!

Ouço-te
Nos rios nascidos
Que em mim naufragam.
Sei dos temporais antigos
Que transbordam
Em remoinhos frouxos de prazer.

E...
Ouço-te
E sei...
Que tens tornados de mel
Mares lembrados
Fogueiras ateadas
Nas almofadas solitárias
Que te sabem a fel...

Não partas, chega!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Crónica 2



Sempre que sonho,
O sonho,
Sacode-me de tentações,
Acordo,
Deleito-me ainda,
 insónia...
       Fúria de desilusões...

quinta-feira, 12 de maio de 2011

As andorinhas sem Outono


(Imagem retirada  do Google)



Já partiram as andorinhas
e com elas, o seu encanto.
Partiu a minha alma com elas...

...O frio voltou neste Outono,
e no seu reencontro,
voltou a tristeza com ele.
Ah ! Que andorinhas e que Outono?
Esta tristeza nada tem com isso.
Ele? Sou eu
e eu, sou a tristeza...
Que me importam as andorinhas
e o Outono?
O que me importa é o frio que tenho,
a falta desse calor que tive
e já partiu...
O que me importa é este corpo,
que já teve o teu
e agora agoniza...
Ah! Que saudades tenho
dos feitos que acometemos!
Das loucuras materializadas!
Dos sonhos... já desfeitos!
Ah! Quem dera que a andorinha
fosses tu,
e o Outono fosse eu.
Eu vinha,
tu partias,
mas o encontro dava-se, lá longe,
bem longe...
...nos caminhos do Céu!