THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ANTÓNIO MR MARTINS






António MR Martins é um companheiro de escrita que muito estimo.

Vai lançar no próximo dia 29 de Maio (sábado), pelas 19h, no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, o seu terceiro livro de poesia.

Obra e autor serão apresentados pela Dr.ª Zulmira Sizifredo.

Aqui deixo um pouco da sua poesia.



Os teus olhos

Nos teus olhos
Renasce o clima
Que o mau tempo desvanece

Nesses olhos
De minha estima
Onde o olhar apetece

Esses teus olhos
Apaziguam o sofisma
Que a toda a hora acontece

Nesse olhar
Que a mim anima
E em cada dia floresce

São teus olhos
Um mundo acima
Deste que agora me aquece

Teus olhos para além de belos
São o carisma
Que amiúde me enlouquece


António MR Martins

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Regina Saldanha


Hoje quero falar de uma nova escrita e uma nova escritora-poetisa.
Poetisa de linguagem simples, como se escrevesse cartas direccionadas aos seus amores - à mãe, ao irmão, ao seu amor - mas escreve com a emoção que só os escritores são capazes - com alma!
Não há muitas figuras de estilo na sua escrita, mas há um estilo na sua escrita, há a singeleza de uma prece; sem retóricas, reserva-nos a eloquência de um discurso por vezes calmo, outras vezes intenso... Chega a confundir-nos com anátemas ou tabus...
Mas ela não é nada disso...
Ela é isto...


Inspiras-me...

Inspiras-me
Inspiras-me a querer mais, muito mais dos caminhos que percorro!
Inspiras-me a querer abrir as asas e a voar, mais alto, mais além, sempre mais além...
Inspiras-me
Quando adormeces no meu abraço e te abandonas á minha carícia, livre, pura, sem medo!
Inspiras-me...
A acordar todos os dias e a acreditar que ainda vale a pena lutar!
Inspiras-me
Amor...a simplesmente...te Amar

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Carta


(Prometi escrever uma carta, em moldes antigos... E escrevi... imaginando o que Vlad Dracul, poderia dizer hoje à sua amada... )








Perdido algures no nada, 7 de Abril de 2010

Amor,
Amor, escrevo-te as palavras que ressoam no meu cérebro nestes tempos imemoriais de solidão.
Não sabes o que sou ou no que me tornei.
A Besta sou eu! Por isso não me atrevo a procurar-te… Mas o amor não partiu, não sucumbiu à fúria do Mal em que me tornei, mas não posso aproximar-me de ti, amor.
Recordo a noite que os hediondos Hunos nos atacaram e com fétidas artes me induziram no erro…
Reneguei ao amor que nos guiava na crença. Reneguei o Amor pelos homens, renunciei aos meus… Rasguei as escrituras e odiei tudo e todos, menos a ti, meu amor…
Mas não me posso aproximar… sem te tornar naquilo que sou hoje, neste ser vazio, sem rumo, perdido de calor e fétido.
Amor, sei que sofreste. Que te sentiste traída e só, mas amor fomos enganados… ludibriados pela corja de selvagens que nos atacaram pela calada da noite, com instintos sujos de ódio.
Amor, parti para a batalha e venci, mas no fim perdi tudo! Quando te perdi…
Tornei-me então nesta sombra que sou hoje, onde tudo sou e nada tenho…

Amor perdoa-me por te deixar só, mas não posso aproximar-me de ti…

Naquela fatídica noite de 25 de Junho de 1461 escrevi-te ainda no campo de batalha… e foi premunição do que seria o nosso futuro.
Entrego-ta agora, com o encantamento que o meu amor impossível, possa atenuar a dor que sentes, por seres traída.

Ainda te amo… mas não posso aproximar-me de ti…



Amor,


Faz muito tempo que não te escrevo.
Já nem sei se te sei escrever.
Mas recordo-te ainda como figura de enlevo,
Quando éramos nós dois, um único ser…

Esta carta nem sei se a cesso,
Sinto um frio escorrer do aparo da caneta…
Frio como eu estou, neste processo,
Sinto-me perdido no espaço, feito cometa…

Faz séculos que não trilho a escrita a ti
Aqui neste caixão, tolho o meu pensamento
De quando cavalgávamos o verbo do momento
Mas a incauta lança me perdeu e parti…

Faz muito, muito tempo que não te recolho
Em meus braços trémulos, ao teu toque
Faz muito, muito tempo que não te envolvo
Nos meus lábios quentes ao teu chofre…

Perdoa-me esta carta assassina, crua…
Mas ela nasce de uma só saudade
A de fazer séculos que não te vejo minha e nua,
Neste esconso lugar que foi nosso, na mocidade…

Já faz tempo que não te escrevo cartas de amor
E agora, após este longínquo tempo que me enrugou
Já não o sei fazer como o fazia, com o calor…
Com o fervor, com a chama, que o tempo maldito levou…

Hoje escrevo-te porque não quero que me vejas
Encanecido, rugas disformes no homem que fui
Era a luz dos teus olhos, não o que almejas
Agora, aqui, prostrado neste caixão que flui…

Não voltarei a sentir-te em mim, neste corpo
Teu onde navegaste perdendo-te da razão
Agora feneço fétido, hediondo… decomposto
Sucumbo neste esquife - alçapão…

Faz muito tempo que não te escrevo.
Séculos dispersos neste rodopiar de tempo perdido
Temo que seja já tarde para te dar o que te devo
Pérola – esmeralda, meu amor não cumprido.


Perdoa-me…



Vlad Dracul

Transilvânia, 25 de Junho de 1461

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Maravilhosamente!

(Imagem retirada da Net)




Não sei se escreves para mim,
mas sei que escreves maravilhosamente…

Fico confuso,
porque muito do que te leio me parece tocar,
como se te conduzisses a mim,
numa troca simples de um olhar…
mas…sabes que sim…
- existem frases e divagações que não entendo
(não tenho que compreender tudo, eu sei,)
e aí, fico confuso
com o que vou lendo.

Mas…
Ao ler-te fico envolto nos sons
que as tuas palavras libertam.
Envolvo-me na ambiência dos tons
nos pensamentos
nas fragrâncias que me despertam
e gravito nos teus temas,
inebriado com as cores
que dentro do meu peito se apertam!

Há algo de transcendental no que compões.
És carne que existe neste espaço físico,
mas és muito mais razão
que se estende para além do mundo.
E se os Deuses se unissem em ti.
Serias o Universo confinado numa só…

Talvez por isso,
não és fácil de entender…
e fico sem saber
se escreves para todos
se escreves para mim…

Não importa…
Se sei, ah se sei…
Sim…

Que escreves maravilhosamente!

Choque

(Imagem retirada da Net)




Choque...
revelação disforme do momento...
tremor do reencontro,
um suspiro... tormento,
um brilho no olhar...
um esgar de dor... sofrimento.

Choque...
procura... desespero...
fugaz conversa ... desencontro,
sensação estranha,
alegria tamanha...
que alberga a alma insana.

Choque...
do reencontro , anos-luz procurado...
das estrelas e sóis ... universo inacabado,
dos beijos , queridos dar...
trocados pelas mãos ao aperto,
de mãos ... meu fado!