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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Encontro... despedida...


Vejo-te dirigir a mim...
Lentamente, surges do nada...
Passos compassados,
Tez alva ... lembro-me...
E diriges-te nervosa, segura... assim...
Misto de ambos ... compassos...
E os passos dados,
Perduram em mim ... lembro-me...

( E agora lembro a vontade de ti...
As tuas formas, minhas ... que são,
As minhas formas... tuas também.
E lembro-me das promessas...
Que acabaram como esquecimento...
No esquecimento , dos dias que lembro... )

E vejo a tua boca, de encontro à minha...beijo...
E  o teu peito, de encontro ao meu...sinto...
E... dentro de mim perdura o desejo...
Do que dentro de mim...precinto...
E lembro a tua boca, mar imenso...
E lembro os teus olhos, imensidão...
E lembro o beijo dado, intenso...
E lembro-te toda, ilusão...

Vejo-te dirigir a mim...
Lentamente, surges do nada...
Passos compassados...
Tez alva...lembro-me...
Lembro-me daquele segundo...
Daquele estar, daquele sentir...
E guardo-o em mim, como se fora o Mundo,
guardado em mim, preso... para não fugir.

E lembro que vi a partida ...
No retrovisor da ilusão...
Lembro-me de te deixar ... ferida,
Tez alva ... passo compassado...
Lento, seguro... foi essa a sensação...
E lembro-me das lágrimas que não correram...
Mas foram sentidas ...
Se não ... na face sofrida...
... dentro de ti...
no coração...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Há noites que são momentos



Há noites que são momentos
Discrepantes de desejo
Onde o sonho se dissolve
Nas ondas ternas de querer sentir-te.

Mas o tempo escorre em direcções opostas
Soprando brisas de luz que te iluminam
Com o sorriso que gostas de sentir.

Há noites que são momentos
Que se te entranham
Como o sonho de me seres nudez
E eu ser o que me proponho
Casta madura, vinho singelo
Que queres sorver.

Mas o tempo escorre para lá onde o vento sopra
Para o princípio do sonho
Para a esperança do aconchego
Lento percurso de lágrimas entre as escarpas
Moldadas na rocha de ti.

Há noites que são momentos,
Instantes novos perdidos
Pelos risos queridos dar
Em uníssono profano
Temperado pela fome
De me seres privação
E eu ser cilada.
Vem!


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Amor



Aí no centro do teu corpo
Onde a chama arde incauta
Serei toro-cipreste ardido
Serei vela, couto consumido
Pela voracidade do teu Amor
Pelo zéfiro do teu sentido

Este desejo que me orienta
Leva-me a ti, ao teu âmago
Navego no corpo sedoso
Em gestos precisos
Quero-me dentro de ti
Buscando tuas fendas
Desvendando tuas lendas

Afogo-me nas tuas ardências
Entranho-me no teu cheiro
Beijo-te as ténues fragrâncias
Que exalas de dentro de ti
E serei rio espontâneo  
Onde beberás sedenta de mim

Serei fogo, serás chama
Serei rio, serás terra
Unidos seremos eternos
Seres, amantes fugazes
Apaixonados do acto de Amor
Transidos, incautos, loucos, vorazes

Cravo-te as mãos, os lábios
Os dentes nas tuas carnes, minhas
Cravo-te o meu eu em ti
Deixo-te possuída, amada
Exausta de mim… prostrada
Lembrarás este Amor, sim!

Aí no centro do teu corpo
Onde a chama arde incauta
Serei toro-cipreste ardido
Serei vela, couto consumido
Pela voracidade do teu Amor
Pelo zéfiro do teu sentido


terça-feira, 14 de junho de 2011

O esquecimento em branco


Imagem de Natalie Shau


Advirá o esquecimento deste tempo de silêncio?
As luzes apagam-se,
por de trás das cortinas opacas de lembranças.
Não há forma de as reacender,
senão com velas,
com combustão explosiva, que…
se apagam num esgar de vida…

Advirá o esquecimento,
depois desta lembrança contínua?

Imagem a imagem…
não te deixo esconder na escuridão atroz.
Revejo-te continuamente…
Alva de brancura que dói.
Olhos semi cerrados de dúvida, que rói…
a minha alma sedenta de ti.
Não te escondas neste silêncio…
que te ouço mesmo assim.
Não te encubras por detrás da Lua…
que ela é invisível para mim.

Advirá o esquecimento,
depois deste silêncio audível?

Não, já não te podes esquecer…
Já não te posso esquecer…
Se somos os dois… um único ser!




quinta-feira, 9 de junho de 2011

Passos no ar...




Passos no ar...
como passos de dança.

Juntos...
presos , com grilhetas...
estamos juntos...
com passos de dança...
criando figuras de paixão...

Caímos pelo chão,
enrolados ...
sem descanso...
Presos... juntos...
viagem demente...
em vagas quentes ..
como danças furiosas...
continuamos...
juntos... suados... deitados,
em composições curiosas...

Dançamos...
com passos no ar...
passos de dança...
... com grilhetas sem chave...


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sinto...




Só...
Sinto o efeito das palavras,
Da dor contida,
Das lágrimas caídas,
Da voz lubregue,
do som meigo...
das palavras proferidas.
Só...
Sinto o efeito do jogo pensado,
E eu... pensando...
Sinto o eco das palavras
Ditas, sentidas...
Como rios de luzes, brilhantes,
Como raios e amantes...
Como reis... e... nada!
Só...
Sinto a tristeza,
Daquela certeza... e... nada!
Nada devia ser assim.
Ser dor... lágrimas... fantasmas!
Ser pó. Ser dó...
Só...
Sinto que existes... em mim!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Revisitar-te




Gostava de te rever,
acariciar os teus cabelos,
beijar os teus lábios dóceis...
Oh ! Como gostaria de te ter
entre os meus braços,
bem apertada,
e dar-te uma pequena dentada,
no pescoço,
para logo te abraçar,
e me desculpar...
num segundo.

E num segundo,
fazermos amor...
cheirar-te, flor...
e num tremor... saciar-te...
bem fundo.
E depois, com sentimento profundo,
pedir-te perdão,
chorar no teu ombro,
abrir-te o coração... e dizer a verdade...
Que tenho saudade...
De ti...
Dos teus olhos amêndoa,
Dos beijos... mel...

Gostava de te rever...
Tocar os teus seios...
Trocar os olhares... como os trocámos...
Trocar os momentos de insana paixão,
Rebolados pelo chão...
Doidos de amor.
Mas, seja como for...
Digo-te Amor, que te amo...
Estejas onde estiveres...


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Espelhos…



(Imagem de Seth Siro Anton)



Quero um tecto cheio de espelhos…
Onde veja a imagem de mim circunspecta.
Olhos esbugalhados…
hirtos os braços.
Flácidos os joelhos…
Mãos fechadas...
Dentes cerrados.
Quero um tecto cheio de espelhos…
Cheio de espantalhos.
Nuvem de fumo,
Transformado em nevoeiro tardio…
Uma janela aberta…
O vento penetra em mim.
E não me deixa frio…
Já estou… há muito.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Para ti…



Há em ti algo que mexe com os meus sentidos.
Os olhos tristes de amêndoa torrada.
Os cabelos entristecidos
Famintos de uma confiança perdida.
Ou tão só…
O sorriso terno de uma luz tímida.
Não sei…
Sei que me transtornas.
Iças-me na terra dos sonhos mais audazes.
Promoves ideais capazes
De fazer-me rodopiar em danças que nunca dancei.
Mas sei…
Que há em ti um mundo por descobrir.
Sentires novos, por ti, sentir…