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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ode à saudade

(Imagem retirada da Net)



I

Estou por aqui...
estou...
por aqui.
E sou louco, eu sei...
por ti.
Queria ouvir-te, ler-te...
sentir-te.
Quase 10 horas...
e nem uma palavra...
em espera...
algo assim...
Partiste.

II

Agora, só queria ouvir a tua voz,
estar a sós contigo.
Dizer-te ao ouvido que te amo...
Mas partiste.

III

Não, não estamos sós...
Os fantasmas juntam-se a nós,
como flores, brotam do chão...
e nós, não...
Não estamos sós
somos acompanhados por gnomos...
se é que o não somos...
Não estamos sós...
Mas estamos…

IV

Luto...
negro...
Nego.
E reconsidero...
Por um sol vermelho, sem segredo.
Luto por ti.
Notas que sou persistente?
Talvez demente...
Mas...
luto...
negro...
Nego.
E renego...
E peço...
Uma lua escura...
Uma escuna que me leve...
para longe...
para além dos mares.
Luto...
Negro...
Sou...

V

Estou perdido,
num porto sem abrigo.
Sem ti...
Goteja.
Luto...
negro...
Persisto, invisto, insisto...
Perco-me.
Percorro-te.
Sufoco-te.
Mitigo-te.
Luto ...
negro...
Morro...
Para longe
... sem ti.

VI

Continuo à espera do teu toque...
do telefone, ou em mim.
Toca-me, sente-me...
Olha-me este frenesim.
Continuo à espera,
do remoque...
da flor...
seja do que for ...
Do teu toque...
Do teu desagrado...
Do teu amor...
do teu recado...
ou da tua dor...
Continuo à espera!

VII

Estas gotas não me largam...
quase me são estranhas.
Saem-me das entranhas...
são salgadas...
são minhas,
para ti.
É uma sensação agridoce...
Mas, mesmo que não fosse...
são minhas,
sentidas,
para ti...

VIII

Dizem-me que envelheci.
Não sei...
talvez.
E é verdade.
E só há uma razão...
Foi por ti...
Mais velho, não importa...
Mais cabelos brancos...
Nem quero saber...
A ti, continuo a querer.
De ti...
gosto.
(Gostava que me batesses à porta...)
Envelheci...
É verdade...
Foi por ti...
E tenho saudade.
Dos teus olhos cintilantes,
dos teus dentes brilhantes,
das tuas mãos macias...
dos nossos corpos, amantes...
E tenho saudade...
Dos teus lábios púrpura,
do teu peito fermente,
do teu corpo dormente,
de ti, permanentemente...

IX

Sei que percebes porque parti.
Também tu partiste, eu sei...
E agora…
Esta dor não é só minha...
Partilhamo-la...
Mas Amor, deixa-me estar...
Não te importes...
Se não tenho outras sortes...
tenho a sorte de te amar.
E se mais por ti, não posso fazer...
Deixa-me fazer o que sei...
E o que sei...
O que sei…
Nem sei…dizer.

X

Já passa da 1...
Não tenho esperança de te ouvir.
O melhor seria dormir...
mas não consigo...
quero falar contigo...
nem que seja um segundo...
depois,
depois pode acabar o Mundo...
e morro... feliz,
como um pequeno petiz,
a quem deram o melhor presente...
que agora para mim,
de repente...
serias tu...
ausente...
no estado físico..
porque em mim,
estás sempre!

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