A troca de fluidos
É só uma troca
Um instante
Uma ejaculação
Um momento
Um beijo
Um bocejo húmido
Um feito único
Um desejo…
A troca
É mais que uma foda
É algo que enfoca
É mais que estar
Por estar…
A troca
É tocar o Sol
Tingir uma nuvem
Beber uma lágrima
Debaixo do lençol…
A troca
É tudo
…Que não tivemos!
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
A Troca
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 14:51 0 comentários
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
O percurso da língua...
Surjo sobre ti...
e beijo-te os olhos ,
o nariz ... e a boca mais abaixo .
A língua solta-se...
O pescoço é lambido...
... movimentos lentos ...
... a língua desce.
A curva da axila é tocada,
com a língua molhada.
Um pequeno gesto descendente...
e toco no mamilo... ardente.
O teu corpo começa a ondular...
mas, ainda antes de acabar,
a língua desvia-se...
e no outro mamilo, toca ...
O movimento continua...
Os lábios esmagam-te agora...
a barriga... contraída,
e tu, querida...
sentes a língua húmida,
descer mais um pouco...
os lábios no umbigo, agora...
os dedos mais abaixo...
abrindo espaço...
para com a minha língua,
procurar o pedaço...
que te faz gritar...
um grito gutural...
o que é natural,
quando a minha língua...
te deixa “ perdida “...
e no fim... do êxtase, não sabes...
se queres morrer... ou ficar viva.
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 16:59 0 comentários
Falo de Amor... e tu entendes...
Falo de Amor porque o sinto...
De uma forma tão intensa... que nem sei,
Dizer, agora... faltam-me as palavras.
Ao Amor, a dor está ligada... não minto...
Porque sei o que sinto...
Mas não sei dizer... as palavras estão paradas!
Falo do Amor que conheço...
De uma forma tão intensa, que parece luz.
Falo do Amor... que nem sei se mereço...
Se o trouxe... se o dei... se o pus...
Se o suporto; se o escondo; se o tiro...
Se o sublimo... se o esqueço.
Falo de Amor...
Falo dela e de mim.
Falo dos desejos, dos sonhos...
Falo dos pensamentos... da agonia.
Falo do Amor assim...
Da loucura deste sentir...
E se é loucura, deixá-la ser...
Não a quero ver partir...
Porque esta loucura faz parte de mim.
Falo do Amor...
Da tristeza... da alegria...
Do frio, do calor,
Que o Amor determina.
Falo do Amor... de que mais haveria de falar?
Falo do irreal; do difícil; do impossível de atingir...
Falo do Amor... porque sei amar...
A dor...
Perpetuada no Amor que hei-de conseguir.
E os outros vêm-me...
Entendem-me, ou talvez não.
Mas tu amiga, “ lês-me “...
Porque afinal... como sempre soube...
Também doce... de Amor...
É o teu coração!
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 12:38 0 comentários
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Shiu! O canário dorme...
Preciso de ir ao médico,
julgo que morro, nem sei...
estou ébrio, louco...
vingo-me no tabaco
e choro a solidão que tenho...
Preciso de ti... Amor,
tu sabes,
e nem um beijo,
nem um abraço...
e sofro, baixando o olhar na rua triste,
e choro, baixinho...
para não acordar o canário...
Foto de Bertrando Campos
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 14:40 1 comentários
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Digo-te de mim.
Estou por aqui…
Perdido
Nesta espera inútil
De reencontrar-te
Digo-te de um amor
Tido, sentido… sumido
Nos teus olhares feridos
Na tua boca agnóstica
Na vontade perdida…
De me beber
Digo-te assim…
Digo-te agora o que perdi
Com lábios fechados
Olhar apagado
O sonho acabado
Em nós…
Digo-te de um amor
Findo…
Sentido…
Sem sentido…
Que descobriste.
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 10:53 0 comentários
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
O que acaba?
Acabou?
O que se teve?
Nada!
Nada começou!
Apenas o engano do voo.
Só um bater de asas
E não se voou…
O que acaba?
Nada!
Existe
O começo do fim
Do que não começou!
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 11:08 0 comentários
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Desejo! (De Fátima Abreu)
SIM, DERRAMAMOS AMOR
NESSE DESEJO
QUE NOS ACOMETE
DESDE QUE NASCE UM BEIJO...
AH, DESEJO QUE INFLAMA
QUEIMA, ARDE,
NO CORAÇÃO
QUE AGORA É CHAMA
QUE INVADE...
INVADINDO O CORPO
COITOS, SÃO MUITO POUCO...
TEMOS SEMPRE QUE NOS DOAR
MAIS E MAIS...
É ASSIM QUE SE FAZ:
VEM COMIGO PELOS CAMINHOS DO CORPO
VIAJA CENTÍMETRO A CENTÍMETRO
EM DESEJO LOUCO
REPARA AS MINHAS CURVAS
APALPA OS SEIOS
FABULOSO RECHEIO
PAR O MEU CORPO...
SEGUE OS CAMINHOS
PASSE A MÃO, SUAVEMENTE
DESEJE!
SINTA A GRUTA QUENTE!
VEM AGORA, DESCOBRIR MEUS MISTÉRIOS
REPARA NOS CONTORNOS DOS SEIOS
SENTE A CURVA DA CINTURA...
APALPA AS NÁDEGAS, COM FARTURA...
FINALMENTE INTRODUZ TEU MEMBRO
NA GRUTA QUENTE E MOLHADA...
FAZ DE MIM TEU TEMPLO
OU A TUA MORADA...
SEREI TUA DEUSA, POR ESSES MOMENTOS
A QUE TE FARÁ VIAJAR AOS CÉUS
EM GOSTOSOS ESPASMOS
DE UM PRECIOSO ORGASMO...
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 11:17 0 comentários
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Desejo!
As pregas dos teus lábios
São livros sábios
Do muito que viveste.
Dos homens que tiveste
Dos momentos de ternura
Que viraram loucura
De tesão-doçura
Nas camas onde dormiste…
Invejo!
Invento-te morena mel
Com olhos esculpidos a cinzel
Boca de morango.
Estar contigo na cama
Ter-te em forma de losango
Ver-te nua ou em filigrana
Romper e tomar-te
De forma total e insana…
Desejo!
Membros entrelaçados
Coitos loucos acabados
Suor escorrendo nos corpos.
Feitos sublimes investidos
Fluidos trocados, diluídos
Largamos imorais gemidos
Vocábulos roucos de nós
Amantes acontecidos…
Prevejo!
Coitos sublimes fomos
Ternura e jaculo em solfejo
Loucuras insanas compomos.
Em excelsas lides de desejo
Extenuamo-nos livres de pudor
Soçobramos na luta pelo beijo
Derramamos Amor…
Amor vivo, sem pejo.
Almejo!
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 16:14 1 comentários
Palavras
curtas, compridas, não importa...
mas encontrá-las é difícil.
Quero dar-te a força que nem precisas
... mas dar-te...
porque a mim importa-me.
Importa-me que saibas que me importa.
Importa-me que saibas que vales.
Importa-me que saibas o quanto te quero.
Não me importa que deturpes as palavras.
Não me importa que me odeies...
Mas palavra, importa que te importes
... que não esteja contigo!
Não me importa que te zangues.
Não me importa que me desprezes.
Mas importava-me que me julgasses mal...
... que não me visses, como um amigo!...
Quero encontrar as palavras escondidas...
... ditas, não ditas... não esquecidas...
mas palavra... é difícil!
Dizer-te as palavras que por medo...
... ou talvez não...
... não foram ditas
– creio –
para não melindrar o teu coração!
Não me importa que destruas as palavras...
Que as odeies... ou assim...
Mas palavra... não são só palavras...
O que significas para mim!
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 09:40 0 comentários
terça-feira, 4 de agosto de 2009
sempre este louco
para te beber
só um pouco
só uma gotícula
ou simplesmente
pousar em ti
sabes
este gosto louco
mantém-se assim
quem dera ser folha
de árvore despida
voar
em voo a pique
rasar-te o ombro
cheirar-te
ou simplesmente
pousar em ti
sabes
este gosto louco
mantém-se assim
quem dera ser campo
trufa branca
colhida
ser em tuas mãos
ou simplesmente
olhado
visto por olhos teus
sabes
este gosto louco
mantém-se assim
quem dera ser folha
riscada
por caneta tua
ou somente cadeira
teu colo macio
ou simplesmente
vidro de janela
onde te reflectes
sabes
este gosto louco
mantém-se assim
nada sou
do que quero ser
mas sou
sempre este louco
que te ama
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 15:35 0 comentários
Ontem... hoje...
Do que eu me fui lembrar...
Do almoço á sombra do eucalipto...
Do quarto por encontrar...
De Tavira...
As palavras ditas...
Sentidas...
Ainda abrem feridas,
Por não terem sido cumpridas...
Bairro Alto... desencanto...
Cama partida...
Legumes...
Queixumes...
Ferida...aberta.
As palavras ditas...
Sentidas...
Ainda abrem feridas,
Por não terem sido cumpridas...
Noites perdidas,
Mentiras cometidas...
Alegrias desmedidas...
Êxtase...
Leo Sayer... “ Orchard Road “
Falco... Der Koommisar...
Danças ... abraços...
... Prendo-me , ainda ...
no toque dos teus braços ...
As palavras ditas...
Sentidas...
Ainda perduram...
Ainda fazem sentido...
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 11:18 0 comentários
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
DESPUDOR REAL ( Dueto com Fátima Abreu )
O teu despudor é fatal.
Tocas, envolves, abespinhas
Este meu corpo, esta massa…
Que nadaria Atlântico fora
Só para ver teu rosto em frenesi
Rosa, num canteiro a florir…
O teu despudor é fatal.
Um sorriso de desejo
Um toque real em ti…
Uma partilha de um sonho
Um silvar de corpos fundidos…
Um beijo…
Um balanço…
Almejo!
MEU DESPUDOR É REAL,
Teu despudor é fatal.
E sei que não é por mal
Que me fazes perder a calma
Mas parece…
Que me queres fazer correr…
Em ânsias de te querer
Percorrer o corpo
E te desvendar a alma…
MEU DESPUDOR É REAL
Teu despudor é fatal.
Absorvo-me nas tuas rimas
Na tua voz de mel escorrido
Absorvo-me, perdido…
No papel violado
Pela tua prosa-poesia…
Envolvo-me, quem diria?
Na tua história tornada fado
Na tua noite, virada dia…
MEU DESPUDOR É REAL
Teu despudor é fatal.
Quase me torno em poeta demente…
Quando ao ler-te prenhe de ternura
Meu corpo treme
Em sonhos de abraços e beijos
Cobre-se de fogo corrente…
Afloram-me desejos…
De te ser em mim…
De me fundir em ti, sempre!
MEU DESPUDOR É REAL
Teu despudor é fatal.
Toca-me com ondas de prazer.
E eu, sem querer…
Gozo um gozo irreal…
Porque me envolvo no teu mal…
Bem-me-quer, natural.
MEU DESPUDOR É REAL
Teu despudor é fatal.
Que me transporta de forma casual
Ao mundo dos amores
Dos tremores, dos espasmos...
SABORES, ODORES, SENSAÇÕES, ORGASMOS...
E ao ler-te absorto
Viro este Mundo e o outro
Com o máximo de atenção…
Prendo-me a ti,
Às palavras tuas… meu conforto
Preso á tua lírica, à tua veia…
Meu amor, meu tesão!
PEGA MINHAS RIMAS ENTÃO,
Prendo-me a ti,
Em jeito de ternura…
Sem leito de sapiência…
Na procura de ser…
Um ser, a reter…
De saber como se faz…
Serei aprendiz do teu saber
Que ao ler-te sempre te dirá:
Tu és demais!
E QUANDO SE FALA EM FAZER AMOR,
Sim…
Quando se fala de fazer amor
Fica um gosto profundo
E assim
Que me perco em tuas rimas, teu calor
Vem o gozo do Mundo
De me seres vaso
E eu de te ser flor.
COM O PENSAMENTO EM MINHAS PALAVRAS
E envolvo-me nos teus poemas
Nos teus versos de amor
E logo me sinto o tema…
Perco-me no dilema…
De te ser carne por dizer…
De te ser amante a acontecer.
E…
No raiar da tua escrita
Vejo-me fruta bendita…
Em tua boca a comer!
VAI, TORNE-SE VIAJANTE DE MINHA POESIA
Sim!
Sou a tinta da tua escrita…
Sou a folha que envolves
Sou os olhos que te vêem
Sou a fome que te devora
És-me o fogo, sou-te a chama
Sou o fulgor, que em mim medra…
Sou a voz…
A voz…
Que por ti clama!
A DAMA MORENA,
COM O PRAZER, QUE JÁ VAIS SENTIR...
Ah, dama morena
Leve como uma pena…
Poema, letra, canção…
Seda pura…
Rio de sentires, emoção.
Toda tu és ternura…
Corpo liberto…
Riso discreto…
Tentação!
SENTE AGORA...
Sim… sinto…
Teus espasmos libertos em mim…
O meu desejo louco… o grito rouco…
Perdidos em teus versos
Envoltos em cheiro de alecrim…
Quero sentir-te senhora
Insidiosa, voraz, sedutora
Do meu corpo suado…
No gozo conjunto
Deste ritual inacabado!
Teu despudor é fatal!
Fátima Abreu / Octávio da Cunha
Publicada por Octavio da Cunha à(s) 16:22 0 comentários