THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Vontades…


(Foto de Kim Joon)


Aí no centro do teu corpo
Onde a chama arde incauta
Serei toro-cipreste ardido
Serei vela, couto consumido
Pela voracidade do teu Amor
Pelo zéfiro do teu sentido

Este desejo que me orienta
Leva-me a ti, ao teu âmago
Navego no corpo sedoso
Em gestos precisos
Quero-me dentro de ti
Buscando tuas fendas
Desvendando tuas lendas

Afogo-me nas tuas ardências
Entranho-me no teu cheiro
Beijo-te as ténues fragrâncias
Que exalas de dentro de ti
E serei rio espontâneo  
Onde beberás sedenta de mim

Serei fogo, serás chama
Serei rio, serás terra
Unidos seremos eternos
Seres, amantes fugazes
Apaixonados no acto de Amor
Transidos, incautos, loucos, vorazes

Cravo-te as mãos, os lábios
Os dentes nas tuas carnes, minhas
Cravo-te o meu eu em ti
Deixo-te possuída, amada
Exausta de mim… prostrada
Lembrarás este Amor, sim!

Aí no centro do teu corpo
Onde a chama arde incauta
Serei toro-cipreste ardido
Serei vela, couto consumido
Pela voracidade do teu Amor
Pelo zéfiro do teu sentido

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Quis dar-te o Universo…


(Galáxia de Sombrero - Foto Nasa)


Quis dar-te o Universo…
Não pude…

Talvez…
Por não saber como o fazer.
Mas tu…
Foste montanha deitada,
Nos meus braços de prazer.
Foste o mar na arriba,
Do meu corpo, a acontecer…

Foste o Sol por um instante.

Eu…
Fui penumbra acontecida.
Sou a chuva que te molhou.
Fui o granizo que te talhou,
Sou-te a sorte… fui-te a vida,
Sou-te o Amor que findou…

Quis dar-te o Universo…
Não pude…

Talvez…
Por não saber como o fazer.
Mas…
Quis ser-te…
Tu…
Não me soubeste ler…

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aniversário


(Imagem retirada da Net)

Velas acesas.
Candelabro de prata.
Cadeira num canto e imaginação...
Olhar em frente. Profundo.
Imagina-o contigo, apagando as velas.
Candelabro no chão.
Sentado, na cadeira num canto... nu.
Tu dás-lhe tudo, ele nada te nega.
Fazem amor... sem regra.
Chamas, fogem do teu espectro...
Suor,
em gotas bêbedas, escorre...
E em acto reflexo, (ele) bebe de ti.


P.S. - A uma amiga aniversariante...



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O vento geme


(Imagem retirada da Net)


O vento geme
Na esquina da telha partida…
O cheiro a ocre do barro
Inunda-me o olfacto.

Quedo-me mudo
Ao ouvido do assobio…
Silhueta laranja
De um sol que não aqueceu.
A lua dança dança-do-ventre
Nesta noite escura de breu.

O vento geme
Ao ouvido da lua dançarina.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A Lua, um satélite.


(Foto retirada da Net)


E se o Sol se transformasse em frio?
E a Lua, num rio?
E um sorriso em sombra?
E um raio em penumbra?
Faria sentido?
Que importa perguntar…
... Se o Amor acabar?

Quero o Sol em ti...
O frio gela-me...
A Lua...
Para que serve, se não a vires?
E o sorriso – para quê...
... Se não sorrires?

Quero – só – raio vulgar...
Mar agitado...
... Num frenesim sem findar...
O Amor...
Para que serve, se não o sentires?
E a Dor – existirá...
... Mesmo assim, se a consumires?

E se a Água se transformasse em pó?
E o Medo, num sonho?
E um beijo num desejo?
E um abraço numa faca?
Que importa perguntar...
... Se o Amor acabar?

Mas eu quero que existas...
Que continues a ser um desejo...
A minha dor...
O meu beijo...
O meu calor...
O meu desespero...
O meu Amor...
... Sempre, Amor.

E o Sol, tem que ser sempre quente.
A Lua, um satélite...
Como o meu coração fremente, orbita em ti,
Em percursos longos – micro-segundos...
Mantendo-nos juntos... para sempre!  

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os momentos de introspecção são paradigmas da alma.


(Foto retirada da Net)


Nota introdutória:

Depois de ler o livro " Muitas vidas, muitos mestres" de Brian Weiss, lembrei-me de um texto escrito há uns tempos, é assim...

Gosto de ler os teus pensamentos, Ângela.
Gosto de te ler e por isso te provoco. Com as minhas histórias às vezes incompletas, para de certa forma, as completares, como o meu livro...
Gosto dos percursos que fazes pelo teu universo, porque os sinto meus também.
Gosto de me sentir em ti quando te leio. Gosto das hipérboles que crias. As imagens poéticas da poetisa que há em ti.
E depois, sim, depois e importante, as recordações de infância a que te levo a relembrar.
Como me pareces rica!
És rica em recordações e histórias puras. Simples, mas recheadas de uma pureza que parece que dói.
E a mim, dói-me a inveja de a não ter vivido contigo, ai isso dói.
Mas as formas como mas contas, projectam-me para o teu Mundo, e fico inebriado quando te leio.

Sabes, quando estivemos juntos pela última vez, pareceste taciturna. Como povoada pelos pensamentos do que se passou com o Carlos.
Acabou mais um episódio, mas não acabou a noleva.
Tens que passar à outra fase, a do “eu e mais eu”… e esquecer que foi mais um amor falhado.
Sei que te doem esses falhanços, mas não esqueças que é apenas um pouco do caminho que tens que percorrer… E há tanto ainda para palmilhar!
Karma! O teu é ires amando e amando, até amares tudo e todos; amares o que está escrito no teu karma. Aceita-o! E verás que a vida não é tão má como se te parece agora…
Sabes, eu amo-te também! E nem a tua rejeição me faz pensar que poderei deixar de ser teu amigo e provocador de estimação.
A singularidade das tuas palavras quando me evitas os avanços, são como uma orquestra desfilando as notas melódicas de Chopin…
O meu karma é ser generosamente rejeitado por ti. E aceito-o com aquele sorriso triste, que relembras de tempos a tempos. Nada mais posso fazer Ângela, senão resignar-me a uma existência longe de ti e resumida a breves encontros e as estas trocas de cartas-pensamentos.
Nunca to disse, mas invejo o Carlos e os outros Carlos, que te percorreram. Invejo-lhes as horas, os minutos ou os segundos que estiveram contigo numa cama ou simplesmente numa mesa de café.
Invejo-os!

Agora, não me transporto para aquele lugar onde te refugias. Para o ultra-sónico do Universo. Também não o consigo, é verdade… Mas tu vais muito além… Eu não consigo, mesmo!
O meu karma nesta existência é o de não conseguir…
Tu entras em espiral intemporal e rodeias-te das forças cósmicas e foges do terreno…
Mas é uma fuga inconsequente, pois nesta tua vida, tens que voltar aqui… e viver o que tens que viver. Amar…desamar… voltar a amar…desamar… e voltar a amar…
É por isso que te achas num processo por concluir. E estás!
Mais vidas terás que viver, para te completares. Também eu! E desculpa a ironia, aguardo com alguma ansiedade a próxima, para ter a esperança de te ter para mim… Não, não me respondas a esta provocação, foi só um desabafo.
Estava eu a dizer que mais vidas terás que viver, para te completares, pois é verdade, como tu sabes. Mas porque evitas pensar nisso? Porque insistes em automutilar-te?

Prefiro ler-te a tua infância, mesmo aquelas tuas histórias tristes que tens. Gosto de cheirar as tuas palavras com imagens das serras e pinhais. Dos ribeiros e flores plantadas nas margens. As aves que gravitam naqueles céus puros. As gentes simples que contigo percorreram as árduas veredas dos montes.
Prefiro ler-te a inocência, pois aí estás no estado puro de inter-acção com o Universo. És a luz no estado puro! Não a “porca” que te sentes a cada desamor!
Adorei a tua história com a tua professora primária…

Porque não usas batom vermelho?

Havia de te ficar bem…