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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Silêncio sentido


Naufrago no mar do teu corpo
e perco-me na geografia
dos trajectos sinuosos
que escondes
entre sombras de afectos

Percorro-te os traços
e perco-me em ti...
na seara do teu ventre
que palpitante...fremente
me chama a descobertas
num sussuro clemente

Morro num beijo teu
e sou silêncio e lágrima
que ressurge no compasso
almofadado do prazer
com que me adornas.

Absorvo-te miríade...
constelação perfeita, cintilante
subtil tiara de diamantes
Com faminto abraço
percorro-te em lento passo
e luz refulgente te tornas!

Nesta quietude intimista
somos um só, inseparáveis,
em preciosos instantes
que a vida prolonga.
E na cumplicidade secreta
o amor acontece outra vez...


E és silêncio e lágrima
és seara doirada colhida
és frágil fraga presa em mim
Quando em ti me fundo, acutilante
libertas húmidas fragrâncias-jasmim
num grito surdo de amante!



Vera Sousa Silva e Octávio Cunha

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